domingo, 15 de maio de 2011

E não dizemos nada...

Ontem à noite, ao levar uma amiga para casa, me deparei com uma cena lamentável.
"Num certo posto de gasolina" da nossa cidade, a juventude entra e sai, com seus carros da moda, com sua roupa da moda, vivendo uma vida desregrada, cheia de álcool e drogas, numa cidade que fecha os olhos para a triste realidade.
Há poucas horas atrás, trocava algumas palavras com um companheiro de trabalho voluntário, exatamente sobre isso.
Contava ele um poema de Maiakóvski, que retrata a realidade dos nossos dias.
Dizia assim:
- "Na primeira noite eles aproximam-se e colhem uma flor do nosso jardim e não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem; pisam as flores, matam o nosso cão, e não dizemos nada. Até que um dia o mais frágil deles entra sozinho em nossa casa, rouba-nos a lua e, conhecendo o nosso medo, arranca-nos a voz da garganta. E, por que não dissemos nada, já não podemos dizer nada."
Realmente, na nossa cidade as pessoas estão vendo, mas não dizem nada.
Lia hoje na Platéia um triste relato de uma mãe que foi presa, pois assistia a filha ser estuprada pelo padrasto e nada fazia. A vítima, uma menina de 15 anos, que desde os 11 sofria abuso sexual do casal, mãe e padrasto.
Mãe??? Que mãe??? Perdoem-me a indignação...um animal que só deu à luz e mais nada.
A "mãe" confirmou ainda que sua filha mais velha, que também sofria abuso, foi embora da cidade, acompanhada por outra mulher, doente mental, que também vivia como mulher do agressor.
Disse, ainda, que ensinava as filhas fazendo um teatro com o marido, encenando como se engravida e como tomar injeções para evitar a gravidez, tendo em vista que, seu marido, pasmem: "é enfermeiro".
Que triste história! Fico a pensar que existem tantas por aí, como tem gente de vida sofrida meu Deus! E as pessoas se omitem. Não fazem nada.
Volto ao posto de gasolina...
Cadê as autoridades competentes, não estão vendo nada?!

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