sábado, 25 de setembro de 2010

"Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?"

Ultimamente tenho me perguntado: “Por que Deus me abandonou? Por que abandonou minha família? Por que abandonou meu irmão?” Se existe uma realidade misteriosa na nossa vida, essa é o sofrimento.

Gostaríamos de evitá-lo, e às vezes evitamos mesmo, por um tempo... no entanto, mais cedo ou mais tarde ele acaba por chegar, tirando nosso sono, tirando nossa paz.

Diante da dor me sinto impotente e carente.

Até mesmo quem está próximo a mim, muitas e muitas vezes é incapaz de me ajudar a superar a dor. Mas, mesmo assim, às vezes, basta que alguém se disponha a dividir a dor comigo, embora em silêncio, e ajuda muito.

Simples gestos de atenção, gestos de carinho, mais gestos... menos palavras... pois há momentos em que as palavras não resolvem.

“Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?"

Eram três da tarde quando Jesus lançou este grito ao céu.

Hoje lancei o mesmo grito: “por que me abandonaste?”

Havia três longas horas que Jesus estava suspenso na cruz, pregado pelas mãos e pelos pés, mas Jesus não se deixou vencer pela dor, como que por uma alquimia divina, transformou a dor em amor, em vida.

Enquanto Jesus parecia sentir a infinita distância do Pai, Ele fez como que um esforço desmedido e inimaginável.

Ele acreditou no seu amor e abandonou-se totalmente às mãos do Pai: "Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito”.

Se é verdade que Jesus assumiu todas as dores do mundo, todas as divisões da humanidade, então também é verdade que lá onde sinto sofrimento, em mim ou nos meus irmãos e irmãs, posso enfim reconhecer Jesus.

As dores física, moral, espiritual, me fazem lembrar de Cristo.

Quanta dor suportou?!

Meu sofrimento parece pequeno.

Rezem pela minha família.

Rezem pelos que sofrem.

Peçam a Deus no seu sofrimento: “Meu Deus, dá-me a serenidade para aceitar as coisas que não posso mudar, coragem para mudar o que está ao meu alcance e sabedoria para que eu saiba a diferença entre ambas."